sábado, 17 de setembro de 2011

O CLUBE RECREATIVO

Trinta dias antes do Carnaval, reuníamos um grupo de jovens e, toda as noites, íamos ao Clube para preparar o salão.
O teto era todo decorado com serpentinas das mais variadas cores, cobrindo-o totalmente. Em seguinte, com centenas, talvez milhares de bexigas multicoloridas, completava-se o enfeite do teto.
Eram 30 maravilhosos dias, pois além do alegre trabalho, tornava-se o pretexto para os jovens, quase todos, ficarem com suas namoradas todos os dias à noite ( naquele época os pais só deixavam namorar nos fins de semana).
As lojas da cidade  eram também decoradas com motivos carnavalescos e expunham, nas vitrines, fantasias de Pierrô, Colombina, confetes, serpentinas e um grande número de lança perfume Rodouro, em latas, que eram por todos usadas nos beiles, deixando o salão perfumado e, alguns foliões, um pouco mais entusiasmados.
As bandas eram formadas por músicos extremamente competentes, geralmente compostas por mais de quinze músicos e dois ou três vocalistas. Elas só tocavam marchinhas e alguns sambas famosos.
O início dos quatro dias de Carnaval era precedido por um dia do então chamado Grito Carnavalesco. O salão ficava completamente lotado, com todas as mesas ocupadas – eram 45 – e sempre iniciava com a banda tocando a música “Viva o Zé Pereira”. No último dia, exatamente às 4 horas da manhã, o baile era encerrado com a mesma música.
Na ressaca da quarta-feira havia um grupo que preparava um jantar para então, na quinta feira, encerrar o Carnaval. Mas, no sábado seguinte, iniciava-se novamente a programação festiva do Clube Recreativo.
Assim era, mais ou menos, o Clube Recreativo.
É importante lembrar que o atual Recreasta é resultado da fusão do Recreativo com a Asta ( Associação Simomense de Tiro ao Alvo )
A Asta era um belíssimo clube com área de laser, piscinas, campo de futebol, bar, e os estandes de tiro ao alvo, na época, eram  considerados como uns dos melhores do interior de São Paulo; São Simão ocupava os terceiro lugar no  ranking  do Estado.
No tiro de carabina destacavam-se Jacomo Copello, Hildo Benedito Machado e Duvaldo Grassmann e,  no revolver, Amadeu Geraigire.

SAMIR GERAIGIRE

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SE EU SOUBESSE NAQUELE DIA QUE SEI AGORA!



           Quantas vezes na vida agimos baseados em falsas informações principalmente dadas por aqueles que nos cercam.
           Quantas vezes, equivocadamente, julgamos mal uma pessoa.
           Quantas vezes erramos com nossos filhos, parentes e amigos.
           Quantas vezes damos valor àquilo que não tem valor e não damos valor àquilo que tem.
           Quantas vezes julgamos uma pessoa pelo carro que tem e não por sua falta de caráter.
           Quantas vezes desprestigiamos uma pessoa excepcional e de caráter, mas que não tem carro.
           Quantas vezes defendemos um ponto de vista na esquina e, momentos depois, procedemos de forma contrária.
           Quantas vezes criticamos tudo e todos, mas procedemos de forma igual.
Quantas vezes reclamamos de coisas de nossa vida mas,  se refletirmos apenas alguns segundo, daríamos graças a Deus pelo que somos e temos.
Quantas vezes sabemos o que é certo e fazemos o errado.
Quantas vezes, ao invés de nos preocuparmos com nossas vidas, ficamos preocupados com a vida dos outros.
Quantas vezes ganhamos dinheiro em São Simão e vamos gastá-lo em outra cidade.
Quantas vezes queremos ser mais e melhor do que nossos vizinhos.
Quantas vezes gastamos nosso tempo em coisas sem sentido.
Quantas vezes deixamos de fazer coisas importantes.
Quantas vezes nos preocupamos com nossas roupas e não nos preocupamos com nossa saúde.
Quantas vezes dissemos que acreditamos em Deus mas não seguimos nenhum de seus mandamentos.
Quantas vezes criticamos aqueles que seguem os mandamentos de Deus.
Quantas vezes bajulamos os poderosos e nem damos atenção aos pobres.
Quantas vezes falamos que temos a solução para todos os problemas do mundo e não resolvemos os nossos próprios problemas.
Quantas vezes, no íntimo, vemos a falsidade e mesmo sabendo somos solidários com ela.
Quantas vezes somos injustos,  nos arrependemos, mas não temos a grandeza de nos desculpar.
Afinal, quantas vezes seriam necessárias para o ser humano aprender a viver.
Alguns sabem, outros não, mas acho que se tivéssemos duas vidas, a primeira para aprender e a segunda para saber viver, aí não haveria a frase do poeta: “Se eu soubesse naquele dia o que sei agora...”

                                                                        Samir Geraigire