sábado, 19 de novembro de 2011

A FALTA DE CONSCIÊNCIA É UMA TRAGÉDIA

Todos os dias vemos na imprensa as mais diversas comemorações. Presidente, Governadores, Prefeitos, Deputados, Senadores, enfim todos, pulando como cabritos comemorando que a abertura da Copa será na cidade X, a final na cidade Y, que o estádio do time tal está com a construção muito lenta, se dará tempo?, se não dará?, que o estádio que estava orçado em 400 milhões de reais foi para 1 bilhão de reais – e se comemora isso-,  se o petróleo do pré-sal a ser explorado ficará com os três estados produtores ou se os royalties serão divididos com os outros estados conforme proposta dos deputados e senadores – aí os que queriam só pra si choram, fazem passeadas, dizem que não terão dinheiro , que as escolas e os hospitais irão fechar mas não cogitam, de forma nenhuma, dizer que a Copa, o Carnaval ou outras festas não serão realizadas; puro terrorismo.
Nunca vimos todos pulando como cabritos anunciando que, a exemplo da Copa, conseguiu-se resolver os problemas da Saúde; que o Brasil sendo a 7ª potência mundial também é a 7ª no IDH ( Índice de Desenvolvimento Urbano) e não a 84ª como é hoje.
Esse mesmo jornal informa que os órgãos de fiscalização do governo descobriram que só este ano foi roubado do dinheiro público 82 bilhões de reais e isso só com a fiscalização de grandes contratos.
Depois disso, o mesmo Jornal Nacional traz a notícia que uma senhora grávida de gêmeos e com ruptura de uma das bolsas prematuramente, após uma luta hercúlea conseguiu arrumar um hospital a 600 km de distância de sua casa que tinha a necessária UTI neonatal mas que, em virtude da demora no atendimento, tanto ela quanto os bebês contraíram infecção e corriam risco de morte. E isso aconteceu no sul do país, imaginem o que acontece no nordeste.
Seguindo o noticiário temos uma reportagem sobre hospitais em todos os estados sem as menores condições de atendimento com equipamento de Raios-X quebrados, sem UTI, sem leitos suficientes, todos sujos, com pessoas sofrendo em macas pelos corredores imundos, com falta de remédios, com aparelhos de Tomografia e outros mais encaixotados há vários anos, enferrujados e amontoados.
Enfim, vem à minha mente o historiador romano Juvenal que registrou que para o povo pastava pão e circo.
Recuso-me a aceitar que hoje essa máxima ainda persista mas ouço-a todos os dias na rua porém, acho que é por pura revolta e com razão; há muita consciência mas só isso não basta, é preciso reagir pois, caso contrário o que sobrará será a falta de consciência, o que é uma tragédia.                                               
   SAMIR GERAIGIRE ( Leia esse  e outros artigos em WWW.samir-pontodeencontro.blogspot.com )

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PRAÇA ARTUR PIRES

Era assim que se chamava a Praça da República.
Todos os dias, logo ao anoitecer, descia pela rua Conselheiro Antonio Prado, com seu limpíssimo carrinho de pipoca, avental e quepe brancos o Sr. Miguel Tamborim, o pipoqueiro da cidade.
Colocava seu carrinho no canto da praça e as crianças faziam fila esperando a primeira remessa ficar pronta.
Então, exatamente às 19 horas, começava o serviço de alto-falante, a M3, referência a Mielli, Montiane e Marani, serviço esse que era exercido pelo saudoso Pedro Tofoli, o Seu Pierim.
Além de música, oferecia ainda comunicações oficiais e fazia o serviço de correio elegante, através do qual os jovens dedicavam músicas às suas paqueras, parabéns pelo aniversário, etc.
No passeio da praça os homens andavam no sentido horário e as mulheres no anti-horário. Como naquela época todas as noites após o jantar as pessoas saiam de suas casas a praça ficava lotada, principalmente nos fins de semana.
Era a praça Artur Pires.
E por falar nisso, você sabe quem foi Artur Pires? E Francisco Pereira Vianna Sobrinho, Benedito Mielli e Chafi Jorge? Não? Então pesquise, vale a pena.
Samir Geraigire

sábado, 5 de novembro de 2011

NOSSOS FILHOS

Há alguns dias atrás fui procurado por um pai que me disse:
-Tenho um excelente filho já casado e do qual já tenho netos mas, que não  consegue fazer nada sozinho. Acho que errei na educação dele. Sempre o obriguei a  fazer tudo de acordo com minhas idéias e assim evitei que aprendesse a tomar iniciativas de acordo com suas próprias convicções. Sempre evitei ( acho eu )  que ele cometesse erros, e hoje vejo que deveria tê-lo  deixado ir errando desde pequeno, pois só assim se aprende. Também descobri agora, que o maior erro foi o meu com relação a ele. O que fazer?”
De minha parte, como não sou psicólogo, o que sei apenas é o que a vida me ensinou. Conversamos e eu disse a ele que deveria ler o livro “ O Profeta” de Gibran Kahlil Gibran, maior expoente da literatura árabe, que viveu de 1883 a 1931, e aproveito este espaço para transcrever parte desse livro, mais precisamente sobre o que ele fala sobre os filhos, pois acho que todos os pais, principalmente os novos, devem levar ao pé da letra o que preconiza Gibran.
“Vossos filhos não são vossos filhos.           
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.           
Vêm através de vós, mas não de vós.           
E embora vivam convosco, não vos pertencem.           
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,           
Porque eles têm seus próprios pensamentos.           
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;           
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,           
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.           
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,           
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.           
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.           
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força          
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.           
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:           
Pois assim como ele ama a flecha que voa,           
Ama também o arco que permanece estável.”

Espero estar assim colaborando para que possamos educar melhor nossos filhos.

                                                                                        SAMIR GERAIGIRE