terça-feira, 23 de agosto de 2011

ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

                     
           Há algum tempo atrás tínhamos em São Simão um programa educacional municipal chamado Recriança que atendia a aproximadamente 400 crianças.
           Elas entravam às 7 horas e saíam às 17 horas.
           Esse programa existia porque tínhamos um convênio, renovado anualmente, com o Ministério da Previdência Social em Brasília. A época era de escassez de recursos e o município não tinha condições de bancá-lo. Se não houvesse esse convênio, o programa acabaria. Renová-lo dava um enorme trabalho com a composição de documentos, relatórios e um sem fim de exigências, mas ele era renovado todos os anos.          
           Infelizmente o Recriança não existe mais, assim como não existe mais a Banda Municipal Ovídio Cicciarelli que começamos junto com a Banda de Santa Rosa de Viterbo cidade onde, atualmente, existem quatro bandas, oito conjuntos instrumentais e duas bandas marciais, atendendo a 300 jovens que estão aprimorando sua cultura e saber.
O programa era tão importante e interessante que o representante de Santa Rosa do Viterbo, nossa vizinha esteve aqui, quando da implantação do Recriança em São Simão, para conhecer o funcionamento e implantá-lo naquela cidade. Em Santa Rosa o programa existe até hoje e atende, atualmente, 1.500 crianças.
           Isso era o que atualmente se chama de Escola de Tempo Integral mas, em versão melhorada. Digo isso porque no Recriança, a criança chegava cedo, tomava um substancial café da manhã e iniciava suas atividades – educação com escola regular, saúde completa com médico, dentista, oftalmologista, otorrinolaringologista, esportes, cultura e lazer; enfim atendimento completo para seu desenvolvimento físico, social e intelectual. As crianças almoçavam, lanchavam e após jantarem, iam para suas casas.
           Não existia um local totalmente adequado para o desenvolvimento do projeto mas aproveitávamos o que tínhamos – usávamos o prédio do Cerim, o Bosque Municipal, o Poliesportivo, o Ginásio de Esportes, enfim, todo o equipamento público à disposição para o que se fazia necessário.
           Os tempos mudaram e com ele as demandas.
           No mundo globalizado de hoje as transformações são muito rápidas - chegamos a perceber mudanças profundas no transcorrer de um semestre- e nós temos que ir adaptando nossas atividades para que a população esteja preparada para enfrentá-las.  É bem verdade que as facilidades também cresceram muito graças à tecnologia mas, se pensarmos com a mente voltada para o futuro, será preciso ter local adequado e completo para termos um Recriança renovado ou, como querem hoje, uma Escola de Tempo Integral. Gostaria de lembrar, após essas considerações, que dentro desse contexto o que mudou foi apenas o nome: antes Recriança e agora Escola de Tempo Integral.
           Local adequado com todos os equipamentos indispensáveis para a implantação desse projeto é, sem dúvida, a maior necessidade, necessidade essa que poderia ser resolvida com a aplicação de recursos do FUNDEB, que na época do Recriança não existia, e que hoje repassa o valor aproximado de R$ 3.600,00 por criança, por ano. Essa verba seria suficiente para que o município, paulatinamente, transformasse todo o Ensino Fundamental do município em Escola de Tempo Integral, antecipando o objetivo do Governo Federal que prevê essa transformação até o ano 2020.
           Para enriquecer a grade curricular, seria possível incluir aulas de inglês e espanhol, lembrando que para crianças aprender outro idioma é muito fácil. Com isso, em pouco tempo, teríamos um grande número de poliglotas em São Simão e as oportunidades se ampliariam para nossos jovens.
           Além desses benefícios às crianças, os pais também seriam contemplados com o retorno do Recriança ,pois as crianças estariam seguras, com atenção total ao seu desenvolvimento e eles, os pais, com autonomia para trabalhar e aumentar a renda familiar, melhorando as condições de vida pra a família.
           Enfim, para se alcançar um objetivo é preciso que o tenhamos. O futuro aí está e é necessário que se olhe firme para o horizonte, para nossa terra. É preciso fazer história mas de preferência antes que outros a façam e nós tenhamos que continuar a ser sempre os últimos, o que nos coloca em posição de inferioridade.
           Acredito que, parafraseando Geraldo Vandré... “quem sabe faz à hora, não espera acontecer.” É preciso lutar e é urgente começar
                         SAMIR GERAIGIRE





                                                                     

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