sábado, 20 de agosto de 2011

O LIXO, A DENGUE, A EDUCAÇÃO

           O lixo sempre existiu e sempre existirá mas, com o passar dos tempos, ele vem provocando, mais pela necessidade do que pela consciência, um maior cuidado com seu destino. Antigamente era simplesmente jogado nos quintais, depois, nos lixões. Hoje tornou-se um grande problema necessitando uma solução definitiva urgentemente, sob pena de sermos todos tragados pelas doenças que nele proliferam.
           O Brasil vem se destacando pela reciclagem do chamado “lixo mais nobre”: papel, plástico, vidro, metal, etc. Porém, o que fazer com o resto?
           A solução, como sempre, depende de todos nós. Se adotássemos o sistema de coleta seletiva de lixo o que, repito mais uma vez, depende de todos nós, principalmente de nossa educação, além de transformá-lo em outros produtos a serem utilizados, teríamos uma enorme quantidade de adubo orgânico, cuja matéria prima – o lixo úmido- seria fornecida de graça. Outro benefício que teríamos, talvez o mais importante, seria a erradicação da dengue e de outras doenças, eliminando  enorme número de pessoas doentes que lotam os postos de saúde gerando gastos com médicos, hospitais e medicamentos e, principalmente,  sofrendo.
           Todos os anos, após o inverno, é preciso que o poder público realize uma enorme faxina em todo perímetro urbano e nos quintais de nossas casas. Fazer essa faxina depois desse período é correr atrás do prejuízo, ou seja, tem que ser feita antes que a dengue se espalhe. A cada ano que passa o problema vai se agravando e provocando gastos muito maiores do que se fizéssemos a coleta seletiva do lixo.
           O que não se pode mais admitir é não limparmos a nossa própria casa. Isso inclui o Poder Público que tem por obrigação realizar sua parte na limpeza das coisas públicas. O lixo acumulado quer seja em nossas casas, quer seja em locais públicos, transforma-se em criadouros do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor da dengue.
           O próprio governo, ao doar caminhões para a coleta de lixo, o faz de maneira a provocar a existência dos lixões, uma vez que os caminhões possuem um sistema de prensa que vai amassando e misturando tudo, produzindo o famoso lixão. Ao invés desse sistema de prensa, deveriam ser produzidos caminhões com várias repartições onde cada tipo de lixo – previamente separado nos domicílios – seria colocado. Dessa forma se eliminariam os  lixões uma vez que todo o lixo poderia ser reciclado.
           Certa ocasião, estando em viagem ao exterior, fiquei admirado em observar ruas totalmente limpas, não havia uma bituca de cigarro sequer. Então perguntei a um cidadão como era realizado o serviço de limpeza para que as ruas ficassem totalmente limpas. Ele, com uma expressão de espanto, como se não entendesse a pergunta, questionou o quê significava minha pergunta. Quando esclareci de forma mais didática ele  me respondeu: “não chove lixo na rua, portanto, não é preciso limpá-la, ela está sempre limpa”. Foi então que eu pude perceber o quanto nós estamos atrasados, pois ele não respondeu que “antigamente precisava limpar, depois que nos educamos não é mais preciso”, quer dizer, já é assim há muitos e muitos anos, a educação já vinha de longe...
Então, ou fazemos o que prega o educador e senador Cristovam Buarque: investir na educação como prioridade absoluta,  ou vamos arcar com as conseqüências como diz o velho ditado: quando a cabeça não pensa, o corpo padece!

                                                                                     SAMIR GERAIGIRE

          

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