terça-feira, 23 de agosto de 2011

QUEM SOMOS NÓS?

É comum ouvir a seguinte expressão nas ruas: “Está cheio de gente de fora em São Simão.”
           Na maioria das vezes essa afirmação é feita por pessoas com mais de 40 anos. Será preconceito ou falta de conhecimento da real situação?
 Já vi pessoas citarem grupos de jovens que passeiam, como se fossem pessoas de fora quando, na realidade, são nossos meninos e meninas que cresceram e não percebemos, uma vez que não freqüentamos os mesmos lugares que nossas crianças.
           Em contrapartida, nunca ouvi ninguém reclamar que nossos jovens estão indo para outras cidades. Vão em busca de melhores condições de vida – trabalho, estudos, etc. Mas, em algumas cidades como Ribeirão Preto, Santos, Barretos, São Carlos e muitas outras já  ouvi  moradores se referirem, com satisfação, ao crescente número de pessoas de fora chegando, comprando propriedades, ativando o comércio, aumentando a arrecadação municipal e provocando um surto de desenvolvimento local. É bom para todos.
E quem somos nós, os simonenses. Somos filhos de imigrantes italianos, portugueses, árabes, espanhóis e de brasileiros mas quase todos vindos de Minas Gerais – afinal, tudo começou com Simão da Silva Teixeira, homem de uma família de desbravadores e cujo irmão foi o doador das terras onde hoje se situa a cidade de Caconde.
Então, sejam bem vindas as pessoas de outros lugares que se transferem para São Simão e, felizmente, tem vindo muita gente, basta ver o último censo. Bom seria se viesse muito mais. Aliás, tem muitas pessoas que chegaram há pouco tempo e estão ajudando no nosso desenvolvimento. Chego a pensar, com temor que, se não viesse ninguém, talvez nossa cidade estivesse dividida geograficamente e fazendo parte de municípios vizinhos.
A história de uma nação, de um estado ou de uma cidade, não é contada pelos anos, mas sim pelos ciclos que ela passa por isso, se cuidarmos bem de nossas crianças – todas são iguais – formaremos grandes cidadãos para o futuro. Elas podem não ter nascido aqui mas, junto com elas, construiremos nosso futuro.
Existe um fato, extremamente esclarecedor, que me foi contado pelo Gerson Zufelatto na Praça Bernardes: um determinado dia, na década de 40 do século passado, um viajante chegou em São Simão - naquela época se chegava pela Estrada de Ferro Mogiana – procurando alguém.  Não sabia o nome, mas era um artesão que produzia ferraduras e outros objetos para cavalos. Ninguém sabia de quem se tratava até que alguém, que estava presente, assim se pronunciou: “ Ah! Lá perto da Igreja de São Sebastião tem um brasileiro que faz essas coisas, talvez seja ele.”
Vejam bem. Por essa observação podemos perguntar: “Quem éramos nós, os simonenses, para quem um brasileiro era minoria?
E quem era a maioria dos simonenses?  Sem dúvida alguma, os imigrantes e seus filhos.
Então, que sejam bem vindos todos aqueles que quiserem se estabelecer em São Simão e aqui viver e criar seus filhos, pois eles são hoje para a cidade,  o que nós fomos ontem.
            SAMIR GERAIGIRE       

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